17 de agosto de 2008

Dissertação em /ka/

O acaso é a melhor intenção
Joga-se dados sem nenhuma razão
Cara ou coroa só por diversão
Acaso ocasiona a causa da causalidade
Caçamos com um tacape um porquê sem haver

Coisas acontecem ao acaso
Os casos de casamento cabem na caçamba
Eles corroeram quando carícias fora dele conheceram

Quente ficou o cotidiano
de queridas Cassandras
capazes de cópulas cretinas
Sem esquecer do cuidadoso carinho no couro cabeludo
num cafuné querido por quem é
Só pra ter o cansado corpo novamente em pé

Cantorias gemidas cabem no coração
Acabando com cada caco de fé
Colaborando com a queda da que faz feijão
Caso a casa caia, caiu
Casamos por acaso
Casamento que: cadê quem viu?

Cacete caído em coma na cama conhecida
Já nas bodas de couro no couro nunca dá
Mesmo cacete carente querendo calcar
em colchões encaroçados depois de um bar

É decadente encantar o destino
Crescemos em ocasiões causadoras de consequências
Em contos sem escrituras
Corremos cada qual pra um canto
Nunca cada canto p'rum qual

Cacofonicamente incalco na cuca
o curso corrido onde o cuco
não canta a cada hora, como antes
canta quando quer
quebrando correntes,
criando crimes
Queira querer!
Ou cante contente no continente
Procure a cura com candeeiro
Encontre o caprichoso acaso
catando capa de destino

Bruno Faria