31 de janeiro de 2009

Homenagem a uma tarde

Onde meus olhos não procuram mais,
seu cheiro descreve minha alma,
o silêncio se cala em meus ouvidos,
e teu toque fala à minha pele,
a mesma brisa toca, no mesmo instante,
meu rosto e seus cabelos.
O mesmo frio que constrange minha ação
aperta seu coração sedento por movimento
Ou estaria ele feliz nesse torpor?
Como esperar certeza de algo tão frágil?
Ou seria tão frio e invisível aos sentimentos?
O meu problema é querer saber
e o seu...
bem...
Não sei qual é o seu.
Só queria que soubesse de mim com alguma convicção
tirada de não sei onde
Só quero que seja em mim algo
Plausível de preferência...
Mesmo que não conte
que me queira, que me tenha, que me engane,
que me leve, que me use, me abuse,
me conheça, ou me negue.
Mas que seja pois já é.
E pergunto, esperando que digas com clareza:
Do que nunca vivemos,
devo sentir saudade ou esperança?

Bruno Faria